Após quase três meses longe dos palcos, o grupo de teatro "O Pessoal do Tarará" retoma a rotina de temporadas com força total. O grupo, que perdeu uma de suas integrantes, a atriz Ludmila Albuquerque, passou esse período trabalhando intensamente, focando na qualidade dos espetáculos e se preparando para encarar o difícil recomeço.
O ator e diretor Dionízio do Apodi explica que como Ludmila era bastante atuante no grupo, produzindo todos os espetáculos e só não atuava em um, todos sentiram muito a sua ausência. "Em alguns momentos dos ensaios a gente parava e ficava lembrando dela", comenta.
O grupo foi convidado pelos organizadores do Festival Cena Aberta de Arcoverde, em Pernambuco, que aconteceu entre os dias 12 e 21 de maio. No recomeço o grupo apresentou dois espetáculos, intitulados "O Pulo do Gato" e "Casca de Noz".
O espetáculo "O Pulo do Gato" ganhou uma nova roupagem, e o "Casca de Noz", também chamado de "Barruada de Esquina", é a mais nova montagem do grupo.
Dionízio, que já havia começado a escrever o roteiro da perda da companheira do grupo, diz que o novo espetáculo ganhou um novo sentido. "É uma homenagem a Ludmila, pois trata da necessidade de ser feliz hoje, de viver. Queremos passar a mensagem de que as cores da vida estão dentro de cada um e depende de nós torná-la colorida", enfatiza.
O diretor comenta que quando o grupo estava se apresentando em Arcoverde, em Pernambuco, todos pensaram em como seria bom que esse recomeço tivesse acontecido primeiro em Mossoró, com a presença do público mossoroense.
O recomeço do grupo será marcado com a realização de oficinas em cinco cidades do Rio Grande do Norte, que terá início a partir do próximo dia 20, em Governador Dix-sept Rosado.
As oficinas têm carga horária de 25h, distribuídas em cinco dias. As aulas são destinadas a pessoas que já tiveram algum contato com o movimento teatral. Em cada município serão abertas vagas para 25 pessoas interessadas em participar do curso. O projeto faz parte do BNB de Cultura.Além de Governador Dix-sept Rosado, serão contemplados com as oficinas os municípios de Upanema, Umarizal, Apodi e Janduís. O projeto se estende até o próximo mês de agosto.
Ainda nos planos do grupo para este ano está uma temporada de um mês em São Paulo, que estava prevista para julho, mas depois da morte de Ludmila foi adiada para agosto, e agora está marcada para setembro.
Dionízio diz que o grupo decidiu adiar a viagem a São Paulo para setembro para poder realizar uma temporada aqui em Mossoró. "Se a gente não fizesse a temporada em Mossoró em agosto, não teria mais data para se apresentar aqui este ano, e para o grupo é fundamental que a gente se apresente aqui na cidade", explica.
Em Mossoró, o grupo irá se apresentar durante todo o mês, quatro dias por semana, de quinta a domingo. O local das apresentações ainda não foi definido.
O diretor fala que a retomada das apresentações este ano será uma forma de extravasar a dor da perda de Ludmila. Como se fosse o encerramento de um ciclo. O grupo começará a viver uma nova fase, a partir do ano que vem, quando completará dez anos de atuação no meio artístico-cultural.
"Estamos tão ansiosos quanto os jogadores de futebol que vão para uma final de Copa do Mundo. Com a perda de Ludmila nos tornamos um grupo mais forte e ao mesmo tempo mais sensível. Temos que ser guerreiros para enfrentar a vida que é muito difícil, mas é muito prazerosa", conclui.
